sábado, 20 de março de 2010

novamente para África...

Estou prestes a voltar à estrada. Ou melhor à terra batida africana.

Depois de vencida a ansiedade de como chegar à Marraqueche tudo começa agora a ganhar consistência e cor.

Já fui e voltei ao Magrebe mais de um dúzia de vezes nos últimos dias. Preparar a viagem é sempre mais árduo do que fazê-la.

Pisei pela primeira vez Marrocos em 2001. Recordo-me do cheiro nauseabundo do Porto de Casablanca e da ostentação da Mesquita Hassan II. Avistou-se de bem longe o Minarete, aliás conforme avisado pelo Navegador da Barca.

Lembro-me também de por inocente medo ter recusado viajar de comboio até Rabat. Fiquei pela Medina que em nada oferecia mais segurança. Enfim! Mas aos vinte anos falta sempre qualquer coisa e a mim faltou agir com o coração.

Anos mais tarde voltei para resgatar a honra e percorrer alguns quilómetros de comboio e mochila às costas. Ficou Chauoen pelo azul, Fés pelo cheiro das peles de gado a tingir e Meknes
pelo quarto dos fundos com azulejo verde até ao tecto.

Regresso agora para me encontrar com a Montanha. Voarei no Atlas se Eolo permitir e aterrarei no Toubkal se audácia e perícia mostrar.

Depois de aterrar em Casablanca viajo para Marraqueche de comboio. Espero no crepúsculo vespertino saborear o vento seco do deserto suspenso naquela que será a minha companheira de viagem. Que eu nunca lhe falte e que ela nunca se recuse a abrir.

(desta vez vou munido da Loperamida orodispersível. disso não me esqueçerei!)

Sem comentários: