domingo, 14 de junho de 2009

A Lisboa de Pessoa

Em 1988, entre o espólio de Fernando Pessoa, foi descoberto um guia turístico da capital lusa — fora redigido pelo poeta em 1925 e, por se destinar aos turistas de visita a Lisboa, estava escrito em inglês. Em 2009, esse mesmo guia serve de mote para o lançamento de “Os Mistérios de Lisboa ou What the Tourist Should See”, um filme de José Fonseca e Costa, ainda com excertos de Álvaro de Campos, indicado, como o próprio título sugere, não só a estrangeiros mas também a portugueses e, mais especificamente, a lisboetas. Uma redescoberta da cidade pelo olhar de Fonseca e Costa, com toda a imagética pessoana presente e com o fado como embalo, através da qual se pode conhecer um pouco mais da história, cultura, arte, literatura e música lusas. O DVD do filme pode ser pré-reservado no “site”. C.B.R. in FugasB

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Long Island Around

Alvorada que o sol já vai alto!

Subimos a pé até ao rent-a-bike decididos a sair dali com dois cavalos de viagem.
Seguimos a via rápida até Machico, por indicação de outro cavaleiro, e ai viramos para norte no caminho para Santana.

Bolo do caco no Forno! Pisca para a esquerda. Uma pausa para o café e para o quebrar do jejúm. Afinal Bolo do Caco não tem. "Mas tenho pão quente acabado de sair!" Venha então de lá esse manjar.

Pé na estrada até Porto Moniz. A costa norte revela-se à nossa frente. Uma paisagem única! Uma sensação de imensidão esmagadora. Serpenteamos por túneis e ravinas. Passamos o turístico Véu da Noiva e perdemos a nacionalidade imersos na multidão.

Subimos para sudeste rumo ao Paúl da Serra. Avistamos o parque eólico e esperamos que um piloto de voo livre descole. Descemos para o Arco da Calheta. "Ups! Estou a ficar sem gota!" Como se não fosse suficientemente stressante estar sem gota, seguimos agora na direcção oposta. Aqui escolher a estrada errada pode significar "quilhómetros e quilhómetros" sem ver uma única bomba de gasolina, o que neste momento é tudo o que procuramos. No ponto de não retorno páro e tento avisar o meu companheiro de viagem que temos que descer em direcção ao mar. Segue em frente sem reagir ao meu sinal. Agora é que a coisa complicou. Espero na beira da estrada e passados menos de 20 minutos eis que regressa no meio da bruma e aos pulos em cima da mota. "Já tenho gota!" :)

Serra d'Água e a sua poncha - a próxima paragem. Mais uma atracção túristica em que português só mesmo por trás do balcão e em alguns dos cartões que decoram as paredes.

Daqui para o Cabo Girão são apenas algumas curvas mais. "Isto é alto pa c#$%#&!!!" Relembramos a proeza do Mário e da sua mota amarela. É preciso determinação para saltar daqui montado numa mota.

Do planeado falta o Curral das Freiras. "Uuuuuuuuuuuuuuuu! Brutaaaaaaaaaaaaaaaal!" Oiço entre o som do motor quando curvamos para o vale do Curral! As curvas hipnotizam-nos e desembocar na vastidão daquele vale deixa-nos sem capacidade de articular mais do que alguns vernáculos.

Como ainda nos restam algumas horas de sol decidimos seguir até à Ponta de S. Lourenço - o extremo leste da ilha da Madeira. Quando atravessamos o Funchal perdemo-nos mutuamente. Como combinado antes de partirmos em viagem. Se nos perdermos encontramo-nos no próximo destino falado. E assim fiz. Sigo sozinho até ao Caniçal. Espero! Nada! Siga para a Ponta de S. Lourenço. Percorro aquela paisagem marciana já cansado. Chego ao fim da estrada - uma rotunda. Contorno e volto para o Funchal. Detesto a via rápida e adoro voar baixinho no Duplo túnel do Caniçal! ;)

O cansaço é enorme mas fica na memória mais um dia muito bem passado entre cavaleiros do asfalto. El perro sigue caminando e eu continuo para bingo!