segunda-feira, 12 de maio de 2008

E se procurarmos encontrar o que quer que seja, saímos de nós e, descentrados, logo nos desequilibramos. O impulso que nos serve para ganhar balanço é o mesmo que nos faz cair quando queremos estacar. O entusiasmo, aliás, não é mais do que uma breve suspensão no movimento da queda. Por demais estranhos somos nós. Como tudo o que ousou levantar-se. Por demais iguais, aguardando, por mais que nos enganemos, a vida noutra vida que não esta.
Não sabemos como procurar, nem onde encontrar, nem, afinal, sabemos o que procurar. Somos assim, tão perdidos que nos agarramos sem sequer podermos tocar. Pedro Paixão

Basta talvez procurar sem pretender agarrar...

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Somos madeira que apanhou chuva. Agora não acendemos nem damos sombra. Temos que secar à luz de um sol que ainda há. E esse sol só pode nascer dentro de nós. Mia Couto

Ouvi um dia que este Senhor nasceu num berço de palavras! Digo hoje, que as palavras nasceram com ele.